Shunji
Shunji Nishimura chegou ao Brasil em 1932 e de lá para cá construiu uma história de força, perseverança e realizações.

Sobre o Sr. Nishimura

Shunji Nishimura nasceu em Kyoto, no Japão, em 08 de dezembro de 1910, no finalzinho da Era Meiji. Sua família descende de plantadores de chá em Uji, na província de Kyoto, e lá, em 1929, Shunji Nishimura formou-se técnico em mecânica, na Escola Técnica de Kyoto.

Devido à crise que o Japão sofria, Nishimura decide imigrar para o Brasil para trabalhar na agricultura. Em 1931, ingressou na escola Rikkokai (que significa esperança), onde estudava e fazia as tarefas com os amigos para manter a escola, tinha aula de religião e hábitos para onde iria imigrar.

Shunji Nishimura chegou ao Brasil em 1932 e de lá para cá, construiu uma história de força, perseverança e realizações. Do Porto de Santos, onde desembarcou, foi direto para uma fazenda de café, trabalhou tanto que as mãos chegavam a sangrar. Depois, foi tentar a vida no Rio de Janeiro, em Petrópolis conseguiu um emprego de garçom na casa de uma família rica. Com o lema de que sempre deve-se começar mais cedo o trabalho e terminá-lo mais tarde, também cuidava dos jardins e fez uma horta. Foi reconhecido e ganhou um pouco de dinheiro.

Voltou para São Paulo, onde matriculou-se no primário e foi trabalhar como torneiro e soldador. Aos domingos, frequentava a Igreja Episcopal, onde dava aula, lá conheceu a professora Chieko, com quem se casou. Com alguns amigos, abriu uma oficina no bairro da Lapa.

O dinheiro não dava para todos e, mais uma vez, recomeçou a vida. Entrou no trem e prometeu só descer na última parada, na cidade de Pompeia, em abril de 1939. Abriu uma pequena oficina em sua casa e colocou a corajosa placa: “Conserta-se Tudo”. Começou a fabricar seus próprios produtos, como canecas feitas à base de latas de óleo.

A oficina cresceu e após 10 anos, Shunji Nishimura fundou a “Máquinas Agrícolas Jacto”. No ano seguinte, surgiu a primeira polvilhadeira costal manual, que foi sucesso imediato no combate às pragas do café e do algodão.

Depois, vieram os pulverizadores e em 1979, Shunji Nishimura trouxe para Pompéia o vice-presidente da República, Aureliano Chaves, quando lançou a primeira colhedora de café do mundo: A k-3, criada com tecnologia nacional, que derriça o café, recolhe, abana e ensaca os grãos. Depois vieram novas máquinas, com tecnologia própria e de ponta, além de centenas de outros produtos, fazendo com que o brasão do trevo de três folhas e a marca Jacto ficassem mundialmente conhecidos.

Como agradecimento a tudo que o país lhe proporcionou, decidiu retribuir-lhe na área da educação. Surgiram, então, em 1979, a Fundação Shunji Nishimura de Tecnologia (FSNT) e em 1982, o Colégio Técnico Agrícola.

Mas nada aconteceu como na simplicidade das palavras. Foram dias e noites, meses e anos de trabalho duro, alimentados a pão com banana nos tempos mais difíceis de São Paulo, e com muito sacrifício, dedicação e pesquisa nas oficinas de Pompéia. Está escrito que a fé move montanhas. Nishimura moveu as dele.

Shunji Nishimura representa o alicerce e a sabedoria que deram início à FSNT e ao Colégio Técnico, que formou homens através das lições de marcenaria, agricultura, zootecnia, solidariedade, companheirismo, honra e caráter.