UMA BOA PARTE DAS MÁQUINAS DISPONÍVEIS CARREGA TECNOLOGIAS EMBARCADAS DE AGRICULTURA DE PRECISÃO, O QUE DEMANDA MÃO DE OBRA À ALTURA, COMO A FORMADA PELA FUNDAÇÃO SHUNJI NISHIMURA DE TECNOLOGIA
Nívea Marques Aguiar, graduada em Mecanização em Agricultura de Precisão, coordenadora do convênio FSNT-Fatec na Fundação Shunji Nishimura de Tecnologia, de Pompeia/SP
Um dos grande desafios do agronegócio brasileiro é resolver a questão da falta de mão de obra especializada para as tecnologias emergentes no campo. Assim, em 2010, começou em Pompeia/SP, na Fatec Shunji Nishimura, um curso inédito no Brasil, de superior de Tecnologia em Mecanização em Agricultura de Precisão, com o objetivo de formar profissionais especializados em máquinas agrícolas e tecnologias embarcadas nessas máquinas, softwares de SIG e outras ferramentas investigativas utilizadas em manejos de agricultura de precisão. Seguindo essa tendência, foi criado, em 2017, o curso de Big Data no Agronegócio. O Curso de Mecanização em Agricultura de Precisão tem duração de três anos, e gratuito e oferece aos alunos disciplinas nas áreas de gestão, informática, eletrônica, mecanização agrícola, fertilidade e manjos de solo, fitossanidade, produção vegetal e sistemas de navegação global por satélite. Um iferencial encontrado no curso é o acesso dos alunos às tecnologias mais atuais encontradas no mercado, possível graças à parceria entre Fundação Shunji Nishimura e empresas do agronegócio, fundamentais para o sucesso dessa formação.
A formação profissional gratuita oferecida a esses jovens faz parte do projeto Obrigado Brasil, criado pelo fundador da Jacto, Shunji Nishimura, e viabilizado pela Fundação Shunji Nishimura de Tecnologia (FSNT), que disponibiliza toda a estrutura necessária para o funcionamento do curso. A Fatec Pompeia Shunji Nishimura oferece a administração acadêmica e o corpo docente. O curso foi criado para suprir uma demanda de mercado por profissionais que ajudassem a difundir no campo as tecnologias desenvolvidas pelos fabricantes de máquinas agrícolas, equipamentos e softwares. As indústrias de máquinas agrícolas forneciam aos produtores rurais equipamentos com tecnologias que estavam send subutilizadas ou não utilizadas. Um bom exemplo é o piloto automático, sistema de direcionamento automático, de máquinas agrícolas que proporciona mehor qualidade e menor custo para a operação agrícola. Mesmo com os benefícios de seu uso sendo percebidos de modo imediato pelo produtor, sua adoção era limitada pela falta de profissionais que entendessem dessa tecnologia.
Parte das máquinas disponíveis no mercado vem com tecnologias embarcadas, mesmo os pequenos produtores têm acesso a máquinas de pequeno porte com tecnologias utilizadas em agricultura de precisão. Como tratores com direcionamento automático, semeadoras com controle automático de dosagem de sementes, distribuidores de insumos om aplicação em taxa variável de dose, pulverizadores com corte automático de aplicação e variação de dose do produto conforme mapa de recomendação, colhedoras com monitores de produtividade e telemetria.
Os profissionais formados no curso preencheram, inicialmente, vagas oferecidas pela indústria, principalmente nas atividades de assistência técnica e de desenvolvimento e validação de produtos com tecnologias utilizadas em agricultura de precisão. Em seguida, passaram a atuar nas áreas de produção agrícola, nos médios e grandes produtores de grãos, cana, café e laranja nas regiões Centro-Oeste, Sul, Sudeste e no matopiba, e exercendo o papel de multiplicadores de tecnologias junto aos técnicos de campo e operadores de máquinas, auxiliando as equipes a utilizarem melhor as tecnologias disponíveis no campo.
Grandes grupos produtores de grãos têm contratado o tecnólogo de Mecanização em Agricultura de Precisão para trabalhar na implantação de projetos de automação de máquinas agrícolas e telemetria. O monitoramento remoto em tempo real de máquinas e operações agrícolas permite ao gestor o acompanhamento de parâmetros da operação agrícola (velocidade de trabalho, quantidade de produto aplicado, condições meteorológicas durante o trabalho), parâmetros da máquinas (temperatura do motor, rotação da bomba, velocidade de esteira, consumo de combustível) e se preciso, a correção do trabalho que está sendo realizado. Indústrias, concessionárias e revendas de maquinas agrícolas, prestadores de serviços de agricultura de precisão, revendas de equipamentos de agricultura de precisão, instituições de ensino e de pesquisa, cooperativas agrícolas agrícolas, fabricantes de softwares e de equipamentos de agricultura de precisão são os principais segmentos da cadeia do agronegócio que têm contratado o tecnólogo. Uma boa parte dessas empresas contratantes está sediada no estado de São Paulo, porém a atuação desses profissionais é nas regiões Sudeste, Sul, Centro-Oeste e no Matopiba.
Através da divulgação do curso feita por profissionais do agronegócio, principalmente os que atuam em todo o Brasil, equipes de venda e assistência técnica das epresas parceiras da Fatec têm ajudado à divulgação do curso junto aos agricultores. Dessa forma, o curso tem recebido alunos vindos de todo o Brasil, principalmente das grandes regiões produtoras agrícolas. Depois de formados, eles tem retornado às suas regiões para ajudar na difusão de novas tecnologias à produção agrícola. A FSNT mantém uma equipe de profissionais que trabalha na busca de parceiras que ofereçam vagas de trabalho (primeiro emprego) e vagas de estágios profissionalizantes aos alunos da Fatec. Essa equipe de profissionais auxilia as empresas contratantes a terem acesso aos currículos e contatos dos tecnólogos, e também viabiliza a realização de processos seletivos nas dependências da Fatec. A FSNT matém uma equipe de profissionais que trabalham na busca de empresas parceiras que ofereçam vagas de trabalho (primeiro emprego) e vagas de estágios profissionalizantes aos alunos da Fatec. Essa equipe de profissionais auxilia as empresas contratantes a terem acesso aos currículos e contatos dos tecnólogos, e também viabiliza a realização de processos seletivos nas dependências da Fatec.
O estágio profissionalizante é uma oportnidade para os alunos conhecerem a realidade do agronegócio brasileiro, colocar em prática os conhecimentos adquiridos no curso, se prepararem melhor para o mercado de trabalho e, dependendo da modalidade do estágio, ser efetivado na empresa. Esses estágios têm sido realizados em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Paraná, Tocantins, Bahia e Minas Gerais. Dessa forma, a Fatec Shunji Nishimura tem trabalhado para suprir a falta de mão de obra para a evolução tecnológica no campo.
Fonte: Revista A Granja – Atuante, Atualizada, Agrícola – Setembro/2019 nº849 Ano 75